domingo, 30 de novembro de 2014

PALESTRA PUBLICA PRÓXIMO SÁBADO 06/12/14 as 15:hrs:

Dirigente: Renato
Tema: Caracteres do verdadeiro profeta
Expositor(a): Angelina
Leitura Inicial: Caminho Verdade e Vida 17(O tempo).



ERASTO
Paris, 1862
            9 – Desconfiai dos falsos profetas! Esta recomendação é útil em todos os tempos, mas sobretudo nos momentos de transição, em que, como neste, se elabora uma transformação da humanidade. Porque nesses momentos uma multidão de ambiciosos e farsantes se arvoram em reformadores e messias. É contra esses impostores que se deve estar em guarda, e o dever de todo homem honesto é desmascará-los(1). Perguntareis, sem dúvida, como se pode conhecê-los, e eis aqui os seus sinais:
            Não se confia o comando de um exército senão a um general hábil e capaz de o dirigir. Acreditais que Deus seja menos prudente que os homens? Ficai certos de que Ele só confia missões importantes aos que sabe que são capazes de cumpri-las, porque as grandes missões são pesados fardos, que esmagariam os carregadores demasiado fracos. Como em todas as coisas, também nisto o mestre deve saber mais do que o aluno. Para fazer avançar a humanidade, moral e intelectualmente, são necessários homens superiores em inteligência e moralidade! Eis por que são sempre Espíritos já bastante avançados, que fizeram suas provas em outras existências, os que se encarnam para essas missões; pois se não forem superiores ao meio em que devem agir, nada poderão fazer.
            Assim sendo, concluireis que o verdadeiro missionário de Deus deve provar que o é pela sua superioridade, pela suas virtudes, pela sua grandeza, pelos resultados e a influência moralizadora de suas obras. Tirai ainda esta outra conseqüência: se ele estiver, pelo seu caráter, pelas suas virtudes, pela sua inteligência, abaixo do papel que se arroga, ou do personagem cujo nome utiliza, não passa de um farsante de baixa classe, que não sabe sequer imitar o seu modelo.
            Outra consideração a fazer é a de que a maior parte dos verdadeiros missionários de Deus ignoram que o sejam. Realizam aquilo para que  foram chamados, graças ao poder de seu próprio gênio, secundados pelo poder oculto que os inspira e os dirige, à sua revelia, e sem que o tivessem premeditado. Numa palavra: os verdadeiros profetas se revelam pelos seus atos e são descobertos pelos outros, enquanto os falsos profetas se apresentam por si mesmos como enviados de Deus. Os primeiros são humildes e modestos; os segundos, orgulhosos e cheios de si, falam com arrogância, e como todos os mentirosos, parecem sempre receosos de não serem aceitos. Já se viram desses impostores apresentarem-se como apóstolos do Cristo, outros como o próprio Cristo, e, para vergonha da humanidade, encontraram pessoas bastante crédulas para aceitarem as suas imposturas. Uma observação bem simples, entretanto, bastaria para abrir os olhos aos mais cegos: se o Cristo reencarnasse na Terra, o faria com todo o seu poder e todas as virtudes, a menos que se admita, o que seria absurdo, que ele houvesse degenerado. Ora, da mesma maneira que se tirarmos a Deus um dos seus atributos, já não teremos Deus, se tirarmos uma só das virtudes do Cristo, não mais o teremos.
            Esses que se apresentam como o Cristo revelam todas as suas virtudes? Eis a questão. Observai-os, sondai-lhes os pensamentos e os atos, e verificareis que lhes faltam sobretudo as qualidades distintivas do Cristo: a humildade e a caridade, enquanto lhes sobram as que ele não tinha: a cupidez e o orgulho. Notai ainda que neste momento existem, em diversos países, muitos pretensos cristos, como há também numerosos e pretensos Elias, supostos São João ou São Pedro, e que necessariamente não podem ser todos verdadeiros. Podeis estar certos de que aos exploradores da credulidade, que acham cômodo viver às expensas daqueles que lhes dão ouvidos.
            Desconfiai, portanto, dos falsos profetas, sobretudo numa época de renovação, porque muitos impostores se apresentarão como enviados de Deus. São os que buscam uma vaidosa satisfação sobre a Terra, mas podeis estar certos de que uma terrível justiça os espera!

PALESTRA PÚBLICA PRÓXIMA SEXTA 05/12/2014 AS 20HRS:

Dirigente: Anderson
Tema: Os Falsos profetas / Os falsos profetas da erraticidade
Expositor(a): Fabiane
Leitura Inicial: Caminho Verdade e Vida pág.373    (O novo mandamento)


LUÍS
Bordeaux, 1861
            8 – Se alguém vos disser: “O Cristo está aqui”, não o procureis, mas, ao contrário, ponde-vos em guarda, porque são numerosos os falsos profetas. Então não vedes quando as folhas da figueira começam a embranquecer; não vedes os numerosos rebeldes ansiando pela época da floração; e o Cristo não vos disse: “Conhece-se a árvore pelos seus frutos”? Se, pois, os frutos são amargos, considerais a árvore má; mas se são doces e saudáveis, dizeis: “Nada tão puro poderia sair de um tronco mau”.
            É assim, meus irmãos, que deveis julgar: são as obras que devem ser examinadas. Se os que se dizem revestidos do poder divino revelam todos os sinais de semelhante missão, ou seja, se eles possuem, no mais alto grau, as virtudes cristãs e eternas: a caridade, o amor, a indulgência, a bondade que concilia todos os corações; e se, confirmando as palavras, lhes juntam os atos; então podereis dizer: Estes são realmente os enviados de Deus.
            Mas desconfiai das palavras melífluas, desconfiai dos escribas e dos fariseus, que pregam nas praças públicas, vestidos de longas vestes. Desconfiai dos que pretendem estar na posse da exclusiva e única verdade!
            Não, não, o Cristo não está lá, porque aqueles que ele envia, para propagar a sua santa doutrina e regenerar o povo, são sempre, a seu próprio exemplo, mansos e humildes de coração, acima de tudo o mais; os que devem, por seus exemplos e seus conselhos, salvar a humanidade, que corre para a perdição e se desvia por caminhos tortuosos, serão, antes de tudo, inteiramente modestos e humildes. Todo aquele que revela um átomo de orgulho, fugi dele como de uma lepra contagiosa, que corrompe tudo o que toca. Lembrai-vos de que cada criatura traz na fronte, mas sobretudo nos atos, a marca de sua grandeza ou de sua decadência.
            Avançai, pois, meus queridos filhos, marchai sem vacilações, sem segundas intenções, na bendita caminhada que empreendestes. Avançai, avançai sempre, sem nenhum temor, e afastai corajosamente tudo o que poderia dificultar a vossa marcha para o objetivo eterno. Viajores, não estareis mais do que um breve tempo nas trevas e dores da prova, se vossos corações se deixarem levar por esta suave doutrina, que vem revelar-vos as leis eternas, satisfazendo todas as aspirações da vossa alma diante do infinito!
            Sim, desde já podereis corporificar esses silfos alígeros, que perpassam nos vossos sonhos, e que, tão efêmeros, só podiam deleitar o vosso espírito, sem nada dizerem ao vosso coração. Agora, meus amigos, a morte desapareceu, cedendo lugar ao anjo radioso que conheceis, o anjo do reencontro e da reunião. Agora, vós que bem cumpristes a tarefa que o Criador vos deu, nada mais tendes a temer da sua justiça, porque Ele é pai e perdoa sempre aos seus filhos desgarrados, que clamam por misericórdia. Continuai, portanto, avançai sem cessar! Que a vossa divisa seja a do progresso constante em todas as coisas, até chegardes ao termo feliz em que vos esperem,afinal, todos aqueles que vos precederam.


ERASTO
Discípulo de São Paulo, 1862
            10 – Os falsos profetas não existem apenas entre os encarnados, mas também, e muito mais numerosos, entre os Espíritos orgulhosos que, fingindo amor e caridade, semeiam a desunião e retardam o trabalho de emancipação da Humanidade, impingindo-lhe os seus sistemas absurdos, através dos médiuns que os servem. Esses falsos profetas, para melhor fascinar os que desejam enganar, e para dar maior importâncias às suas teorias, disfarçam-se inescrupulosamente com nomes que os homens só pronunciam com respeito.
            São eles que semeiam os germes das discórdias entre os grupos que os levam  isolar-se uns dos outros e a se olharem com prevenções. Bastaria isso para os desmascarar. Porque, assim agindo, eles mesmos oferecem o mais completo desmentido ao que dizem ser. Cegos, portanto, são os homens que se deixam enganar de maneira tão grosseira.
            Mas há ainda muitos outros meios de os reconhecer. Os Espíritos da ordem a que eles dizem pertencer, devem ser não somente muito bons, mas também eminentemente racionais. Pois bem: passai os seus sistemas pelo crivo da razão e do bom-senso, e vereis o que restará. Então concordareis comigo em que, sempre que um Espírito indicar, como remédio para os males da Humanidade, ou como meios de realizar a sua transformação, medidas utópicas e impraticáveis, pueris e ridículas, ou quando formula um sistema contraditado pelas mais corriqueiras noções científicas, só pode ser um Espírito ignorante e mentiroso.
            Por outro lado, lembrai-vos de que, se a verdade nem sempre é apreciada pelos indivíduos, sempre o é pelo bom-senso das massas, e isso também constitui um critério. Se dois princípios se contradizem, tereis a medida do valor intrínseco de ambos, observando qual deles encontra mais repercussão e simpatia. Com efeito, seria ilógico admitir que uma doutrina cujo número de adeptos diminui, seja mais verdadeira que outra, cujo número aumenta. Deus, querendo que a verdade chegue a todos, não a confina num círculo restrito, mas a faz surgir em diferentes lugares, a fim de que, por toda parte, a luz se apresente ao lado das trevas.
            Repeli impiedosamente todos esses Espíritos que se manifestam como conselheiros exclusivos, pregando a divisão e o isolamento. São quase sempre Espíritos vaidosos e medíocres, que tentam impor-se a pessoas fracas e crédulas, prodigalizando-lhes louvores exagerados, a fim de fasciná-las e dominá-las. São geralmente, Espíritos sedentos de poder, que, tendo sido déspotas no lar ou na vida pública, quando vivos, ainda querem vítimas para tiranizar, depois da morte. Em geral, portanto,desconfiai das comunicações que se caracterizam pelo misticismo e a extravagância, ou que prescrevem cerimônias e práticas estranhas. Há sempre, nesses casos, um motivo legítimo de desconfiança.
            Lembrai-vos, ainda, de que, quando uma verdade deve ser revelada à Humanidade, ela é comunicada, por assim dizer, instantaneamente, a todos os grupos sérios que possuem médiuns sérios, e não a este ou aquele, com exclusão dos outros. Ninguém é médium perfeito, se estiver obsedado, e há obsessão evidente  quando um médium só recebe comunicações de um determinado Espírito, por mais elevado que este pretenda ser. Em conseqüência, todo médium e todo grupo que se julguem privilegiados, em virtude de comunicações que só eles podem receber, e que, além disso, se sujeitam a práticas supersticiosas, encontram-se indubitavelmente sob uma obsessão bem caracterizada. Sobretudo quando o Espírito dominante se vangloria de um nome que todos, Espíritos e encarnados, devemos honrar e respeitar, não deixando que seja comprometido a todo instante.
É incontestável que, submetendo-se ao cadinho da razão e da lógica toda a observação sobre os Espíritos e todas as suas comunicações, será fácil rejeitar o absurdo e o erro. Um médium pode ser fascinado e um grupo enganado; mas, o controle severo dos outros grupos, com o auxílio do conhecimento adquirido, e a elevada autoridade moral dos dirigentes de grupos, as comunicações dos principais médiuns, marcadas pelo cunho da lógica e da autenticidade dos Espíritos mais sérios, rapidamente farão desmascarar esses ditados mentirosos e astuciosos, procedentes de uma turba de Espíritos mistificadores ou malfazejos. (Ver, na Introdução, o parágrafo II: Controle universal do ensino dos Espíritos. E em O Livro dos Médiuns, o cap. XXIII, Da obsessão)

Cronograma de palestras de dezembro


terça-feira, 25 de novembro de 2014

PALESTRA PUBLICA PRÓXIMO SÁBADO 29/11/14 as 15:hrs:


Dirigente: Rodrigo
Tema: Fatalidade (Q. 860 à 867
Expositor(a): Antonio Guerra
Leitura Inicial: Caminho Verdade e Vida
255 (Zelo Próprio).

      851. Há uma fatalidade nos acontecimentos da vida, segundo o sentimento ligado a essa palavra; quer dizer, todos os acontecimentos são predeterminados, e nesse caso cm que se torna o livre-arbítrio?
      — A fatalidade só existe no tocante à escolha feita pelo Espírito, ao se encarnar, de sofrer esta ou aquela prova; ao escolhê-la ele traça para si mesmo uma espécie de destino, que é a própria conseqüência da posição em que se encontra. Falo das provas de natureza física, porque, no tocante às provas morais e às tentações, o Espírito, conservando o seu livre-arbítrio sobre o bem e o mal, é sempre senhor de ceder ou resistir. Um bom Espírito, ao vê-lo fraquejar, pode correr em seu auxílio mas não pode influir sobre ele a ponto de subjugar-lhe a vontade. Um Espírito mau, ou seja. inferior, ao lhe mostrar ou exagerar um perigo físico, pode abalá-lo e assustá-lo, mas a vontade do Espírito encarnado não fica por isso menos livre de qualquer entrave.
      852. Há pessoas que parecem perseguidas por uma fatalidade, independentemente de sua maneira de agir; a desgraça está no seu destino?
      — São, talvez, provas que devem sofrer e que elas mesmas escolheram. Ainda uma vez levais à conta do destino o que é quase sempre a conseqüência de vossa própria falta. Em meio dos males que te afligem, cuida que a tua consciência esteja pura e te sentirás meio consolado.
Comentário de Kardec: As idéias justas ou falsas que fazemos das coisas nos fazem vencer ou fracassar, segundo o nosso caráter e a nossa posição social. Achamos mais simples e menos humilhante para o nosso amor-próprio atribuir os nossos fracassos à sorte ou ao destino, do que a nós mesmos. Se a influência dos Espíritos contribui algumas vezes para isso, podemos sempre nos subtrair a ela, repelindo as idéias más que nos forem sugeridas.
     853. Certas pessoas escapam a um perigo mortal para cair em outro; parece que não podem escapar à morte. Não há nisso fatalidade?
     — Fatal, no verdadeiro sentido da palavra, só o instante da morte. Chegando esse momento, de uma forma ou de outra, a ele não podeis furtar- vos.
      853 – a) Assim, qualquer que seja o período que nos ameace, não morreremos se a nossa hora não chegou?
     — Não, não morrerás, e tens disto milhares de exemplos. Mas quando chegara tua hora de partir, nada te livrará. Deus sabe com antecedência qual o gênero de morte por que partirás daqui, e freqüentemente teu Espírito também o sabe, pois isso lhe foi revelado quando fez a escolha desta ou daquela existência.
      854. Da infalibilidade da hora da morte segue-se que as precauções que se tomam para evitá-la são inúteis?
      — Não, porque as precauções que tomais vos são sugeridas com o fim de evitar uma morte que vos ameaça; são um dos meios para que ela não se verifique.
      855. Qual o fito da Providência ao fazer-nos correr perigos que não devem ter conseqüências?
      — Quando tua vida se encontra em perigo, é essa uma advertência que tu mesmo desejaste, afim de te desviar do mal e te tornar melhor. Quando escapas a esse perigo, ainda sob a influência do risco por que passaste, pensas com maior ou menor intensidade, sob a ação mais ou menos forte dos bons Espíritos, em te tornares melhor. O mau Espírito retornando (digo mau, subentendendo o mal que ainda nele existe), pensas que escaparás da mesma maneira a outros perigos e deixas que as tuas paixões se desencadeiem de novo. Pelos perigos que correis. Deus vos recorda a vossa fraqueza e a fragilidade de vossa existência. Se examinarmos a causa e a natureza do perigo, veremos que, na maioria das vezes, as conseqüências foram a punição de uma falta cometida ou de um dever negligenciado. Deus vos adverte para refletirdes sobre vós mesmos e vos emendardes. (Ver os itens 526 a 532.)(1)
        856. O Espírito sabe, por antecipação, qual o gênero de morte que deve sofrer?
       — Sabe que o gênero de vida por ele escolhido o expõe a morrer mais de uma maneira que de outra. Mas sabe também quais as lutas que terá de sustentar para o evitar, e que, se Deus o permitir, não sucumbirá.
       857. Há homens que enfrentam os perigos do combate com uma certa convicção de que a sua hora não chegou; há algum fundamento nessa confiança?
       — Com muita freqüência o homem tem o pressentimento do seu fim como o pode ter o de que ainda não morrerá. Esse pressentimento lhe é dado pelos seus Espíritos protelares, que desejam adverti-lo para que esteja pronto a partir ou reerguem, a sua coragem nos momentos em que se faz necessário. Também lhe pode vir da intuição da existência por ele escolhida, ou da missão que aceitou e sabe que deve cumprir. (Ver itens 411 e 522.)
       858. Os que pressentem a morte geralmente a temem menos do que os outros. Por quê?
       — E o homem que teme a morte, não o Espírito. Aquele que a pressente pensa mais como Espírito do que como homem: compreende a sua libertação e a espera.
      859. Se a morte não pode ser evitada quando chega a sua hora, acontece o mesmo com todos os acidentes no curso da nossa vida?
      — São, em geral, coisas demasiado pequenas, das quais podemos prevenir-vos dirigindo o vosso pensamento no sentido de as evitardes porque não gostamos do sofrimento material. Mas isso é de pouca importância para o curso da vida que escolhestes. A fatalidade, na verdade, só consiste nestas duas horas: a em que deveis aparecer e desaparecer deste mundo.
     859 – a) Há fatos que devem ocorrer forçosamente e que a vontade dos Espíritos não pode conjurar?
      — Sim, mas que tu, quando no estado de Espírito, viste e pressentiste ao fazer a tua escolha. Não acrediteis, porém, que tudo o que acontece esteja escrito como se diz. Um acontecimento é quase sempre a conseqüência de uma coisa que fizeste por um ato de tua livre vontade, de tal maneira que se não tivesses praticado aquele ato, o acontecimento não se verificaria. Se queimas o dedo, isso é apenas a conseqüência de tua imprudência e da condição da matéria. Somente as grandes dores, os acontecimentos importantes e capazes de influir na tua evolução moral são previstos por Deus, porque são úteis à tua purificação e à tua instrução.
     860. Pode o homem, por sua vontade e pelos seus atos, evitar acontecimentos que deviam realizar-se e vice-versa?
     — Pode, desde que esse desvio aparente possa caber na ordem geral da vida que ele escolheu. Além disso, para fazer o bem, como é do seu dever e único objetivo da vida, ele pode impedir o mal, sobretudo aquele que possa contribuir para um mal ainda maior.
     861. O homem que comete um assassinato sabe, ao escolher a sua existência, que se tornará assassino?
     — Não. Sabe apenas que, ao escolher uma vida de lutas, terá a probabilidade de matar um de seus semelhantes, mas ignora se o fará ou não, porque estará quase sempre nele tomar a deliberação de cometer o crime. Ora, aquele que delibera sobre alguma coisa é sempre livre de a fazer ou não. Se o espírito soubesse com antecedência que, como homem, devia cometer um assassínio, estaria predestinado a isso. Sabei, então, que não há ninguém predestinado ao crime e que todo crime, como todo e qualquer ato, é sempre o resultado da vontade e do livre-arbítrio. De resto, sempre confundis duas coisas bastante distintas, os acontecimentos materiais da existência e os atos da vida moral. Se há fatalidade, às vezes, é apenas no tocante aos acontecimentos materiais, cuja causa estafara de vós e que são independentes da vossa vontade. Quanto aos atos da vida moral, emanam sempre do próprio homem, que tem sempre, por conseguinte, a liberdade de escolha: para os seus atos não existe jamais a fatalidade.
      862. Há pessoas que nunca conseguem êxito na vida e que um mau gênio parece perseguir, em todos os seus empreendimentos. Não é isso o que podemos chamar fatalidade?
      — Pode ser fatalidade, se assim o quiseres, mas decorrente da escolha do gênero de existência, porque essas pessoas quiseram ser experimentadas por uma vida de decepções, afim de exercitarem a sua paciência e a sua resignação. Não creias, entretanto, que seja isso o que fatalmente acontece; muitas vezes é apenas o resultado de haverem elas tomado um caminho errado, que não está de acordo com a sua inteligência e as suas aptidões. Aquele que quer atravessar um rio a nado, sem saber nadar, tem grande probabilidade de morrer afogado. Assim acontece na maioria das ocorrências da vida. Se o homem não empreendesse mais do que aquilo que está de acordo com as suas faculdades, triunfaria quase sempre; o que o perde é o seu amor-próprio e a sua ambição, que o desviam do caminho para tomar por vocação o simples desejo de satisfazer certas paixões. Então fracassa e a culpa é sua; mas, em vez de reconhecer o erro, prefere acusar a sua estrela. Há o que teria sido um bom operário, ganhando honradamente a vida, mas se fez mau poeta e morre de fome. Haveria lugar para todos, se cada um soubesse ocupara seu lugar.
      863. Os costumes sociais não obrigam muitas vezes o homem a seguir um caminho errado? E não está ele submetido à influência das opiniões na escolha de suas ocupações? Isso a que chamamos respeito humano não é um obstáculo ao exercício do livre-arbítrio?
      — São os homens que fazem os costumes sociais e não Deus; se a eles se submetem, é que lhes convêm. Isso também é um ato de livre-arbítrio, pois se quisessem poderiam rejeitá-los. Então, por que se lamentam? Não são os costumes sociais que eles devem acusar, mas o seu tolo amor-próprio, que os leva a preferir morrer de fome a infringi-los. Ninguém lhes pede conta desse  sacrifício feito à opinião geral, enquanto Deus lhes pedirá conta do sacrifício feito à própria vaidade. Isso não quer dizer que se deva afrontar a opinião sem necessidade, como certas pessoas que têm mais de originalidade que de verdadeira filosofia. Tanto é desarrazoado exibir-se como um animal curioso, quanto é sensato descer voluntariamente e sem reclamações, se não se pode permanecer no alto da escada.
      864. Se há pessoas para as quais a sorte é contrária, outras parecem favorecidas por ela, pois tudo lhes sai bem; a que se deve isso?
      — Em geral, porque sabem orientar-se melhor. Mas isso pode ser, também, um gênero de prova: o sucesso as embriaga, elas se fiam no seu destino, e freqüentemente vão pagar mais tarde esse sucesso com reveses cruéis, que poderiam ter evitado com um pouco de prudência.
       865. Como explicar a sorte que favorece certas pessoas em circunstâncias que não dependem da vontade nem da inteligência, como no jogo, por exemplo?
       — Certos Espíritos escolheram antecipadamente determinadas espécies de prazer, e a sorte que os favorece é uma tentação. Aquele que ganha como homem perde como Espírito: é uma prova para o seu orgulho e a sua cupidez.
       866. Então, a fatalidade que parece presidir aos destinos do homem na  vida material seria também resultado do nosso livre-arbítrio?                    
      — Tu mesmo escolheste a tua prova; quanto mais rude ela for, se melhor a suportas, mais te elevas. Os que passam a vida na abundância e no bem-estar são Espíritos covardes que permanecem estacionários. Assim, o número dos infortunados ultrapassa de muito o dos felizes do mundo, visto que os Espíritos procuram, na sua maioria, as provas que lhes sejam mais frutuosas. Eles vêem muito bem a futilidade de vossas grandezas e dos vossos prazeres. Aliás, a vida mais feliz é sempre agitada, sempre perturbada: não seria assim tão-somente pela ausência da dor. (Ver itens 525 e seguintes.)
      867. De onde procede a expressão: Nascido sob uma boa estrela?
      — Velha superstição, segundo a qual as estrelas estariam ligadas ao destino de cada homem; alegoria que certas pessoas fazem a tolice de tomar ao pé da letra.

PALESTRA PÚBLICA PRÓXIMA SEXTA 28/11/2014 AS 20HRS:

Dirigente: Renato
Tema: Resumo térico do móvel das ações humanas Q.872
Expositor(a): Juliana
Leitura Inicial: Caminho Verdade e Vida
371 (A porta divina).




      872. A questão do livre-arbítrio pode resumir-se assim: o homem não é fatalmente conduzido ao mal; os atos que pratica não “estavam escritos”; os crimes que comete não são o resultado de um decreto do destino Ele pode como prova e expiação, escolher uma existência cm que se sentirá arrastado para o crime, seja pelo meio em que estiver situado, seja pelas circunstâncias supervenientes. Mas será sempre livre de agir como quiser. Assim, o livre-arbítrio existe, no estado de Espírito, com a escolha da existência e das provas; e, no estado corpóreo, com a faculdade de ceder ou resistir aos arrastamentos a que voluntariamente estamos submetidos. Cabe à educação combater as más tendências, e ela o fará de maneira eficiente quando se basear no estudo aprofundado da natureza moral do homem. Pelo conhecimento das leis que regem essa natureza moral, chegar-se-á a modificá-la, como se modificam a inteligência pela instrução e as condições físicas pela higiene.
     O Espírito desligado da matéria, no estado errante, faz a escolha de suas futuras existências corpóreas segundo o grau de perfeição que tenha atingido. E nisso, como já dissemos, que consiste sobretudo o seu livre-arbítrio. Essa liberdade não é anulada pela encarnação. Se ele cede à influência da matéria, é então que sucumbe nas provas por ele mesmo escolhidas. E é para o ajudar a superá-las que pode invocar a assistência de Deus e dos bons Espíritos. (Ver item 337.)
     Sem o livre-arbítrio, o homem não tem culpa do mal, nem mérito no bem; e isso é de tal modo reconhecido que no mundo se proporciona sempre a censura ou o elogio à intenção, o que quer dizer à vontade; ora, quem diz vontade diz liberdade. O homem não poderia, portanto, procurar desculpas no seu organismo para as suas faltas sem com isso abdicar da razão e da própria condição humana, para se assemelhar aos animais. Se assim é para o mal, assim mesmo devia ser para o bem. Mas, quando o homem pratica o bem, tem grande cuidado em consignar o mérito a seu favor e não trata de o atribuir aos seus órgãos, o que prova que instintivamente ele não renuncia, malgrado a opinião de alguns sistemáticos, ao mais belo privilégio da sua espécie: a liberdade de pensar.
     A fatalidade, como vulgarmente é entendida, supõe a decisão prévia e irrevogável de todos os acontecimentos da vida, qualquer que seja a sua importância. Se assim fosse, o homem seria uma máquina destituída de vontade. Para que lhe serviria a inteligência, se ele fosse invariavelmente dominado, em todos os seus atos, pelo poder do destino? Semelhante doutrina, se verdadeira, representaria a destruição de toda liberdade moral; não haveria mais responsabilidade para o homem, nem mal, nem crime, nem virtude. Deus, soberanamente justo, não poderia castigar as suas criaturas por faltas que não dependeriam delas, nem recompensá-las por virtudes de que não teriam mérito. Semelhante lei seria ainda a negação da lei do progresso, porque o homem que tudo esperasse da sorte nada tentaria fazer para melhorar a sua posição, desde que não poderia torná-la melhor nem pior.
      A fatalidade não é, entretanto, uma palavra vã; ela existe no tocante à posição do homem na Terra e às funções que nela desempenha, como conseqüência do gênero de existência que o seu Espírito escolheu, como prova, expiação ou missão.Sofre ele, de maneira fatal, todas as vicissitudes dessa existência e todas astendências boas ou más que lhe são inerentes. Mas a isso se reduz a fatalidade, porque depende de sua vontade ceder ou não a essas tendências. Os detalhes dos acontecimentos estão na dependência das circunstâncias que ele mesmo provoque, com os seus atos, e sobre os quais podem influir os Espíritos, através dos pensamentos que lhe sugerem. (Ver item 459.)
      A fatalidade está, portanto, nos acontecimentos que se apresentam ao homem como conseqüência da escolha de existência feita pelo Espírito; mas pode não estar no resultado desses acontecimentos, pois pode depender do homem modificar o curso das coisas, pela sua prudência; e jamais se encontra nos atos da vida moral.
      É na morte que o homem é submetido, de uma maneira absoluta, à inexorável lei da fatalidade, porque ele não pode fugir ao decreto que fixa o termo de sua existência, nem ao gênero de morte que deve interromper-lhe o curso.
       Segundo a doutrina comum, o homem tiraria dele mesmo todos os seus instintos; estes procederiam, seja da sua organização física, pela qual ele não seria responsável, seja da sua própria natureza, na qual pode procurar uma escusa para si mesmo, dizendo que não é sua a culpa de haver sido feito assim.
       A doutrina espírita é evidentemente mais moral: ela admite para o homem  o livre-arbítrio em toda a sua plenitude; e, ao lhe dizer que, se pratica o mal, cede a uma sugestão má que lhe vem de fora, deixa-lhe toda a responsabilidade, pois lhe reconhece o poder de resistir, coisa evidentemente mais fácil do que se tivesse de lutar contra a sua própria natureza. Assim, segundo a doutrina espírita, não existem arrastamentos irresistíveis: o homem pode sempre fechar os ouvidos à voz oculta que o solicita para o mal no seu foro íntimo, como os pode fechar à voz material de alguém que lhe fale; ele o pode pela sua vontade, pedindo a Deus a força necessária e reclamando para esse fim a assistência dos bons Espíritos. É isso que Jesus ensina na sublime fórmula da Oração dominical, quando nos manda dizer: “Não nos deixeis cair em tentação, mas livrai-nos do mal”.
      Essa teoria da causa excitante dos nossos atos ressalta evidentemente de todos os ensinamentos dados pelos Espíritos. E não somente é sublime de moralidade, mas acrescentaremos que eleva o homem aos seus próprios olhos, mostrando-o capaz de sacudir um jugo obsessor, como é capaz de fechar sua porta aos importunos. Dessa maneira, ele não é mais uma máquina agindo por  impulsão estranha a sua vontade, mas um ser dotado de razão, que escuta, julga e escolhe livremente entre dois conselhos. Acrescentamos que, malgrado isso, o homem não fica privado de iniciativa, não age menos pelo seu próprio impulso, pois em definitivo ele não passa de um Espírito encarnado, que conserva, sob o invólucro corpóreo, as qualidades e os defeitos que tinha como Espírito.
      As faltas que cometemos têm, portanto, sua origem primeira nas imperfeições do nosso próprio Espírito, que ainda não atingiu a superioridade moral a que se destina, mas nem por isso tem menos livre-arbítrio. A vida corpórea lhe é dada para purgar-se de suas imperfeições através das provas que nela sofre, e são precisamente essas imperfeições que o tornam mais fraco e mais acessível às sugestões de outros Espíritos imperfeitos, que se aproveitam do fato de fazê-lo sucumbir na luta que empreendeu. Se ele sai vitorioso dessa luta, se eleva; se fracassa, continua a ser o que era, nem pior, nem melhor: é a prova que terá de recomeçar e para o que ainda poderá demorar muito tempo na condição em que se encontra. Quanto mais ele se depura, mais diminuem as suas fraquezas e menos acessível se torna aos que o solicitam para o mal. Sua força moral cresce na razão da sua elevação e os maus Espíritos se distanciam dele.
     Todos os Espíritos mais ou menos bons, quando encarnados, constituem a espécie humana. E como a Terra é um dos mundos menos adiantados, nela se encontram mais Espíritos maus do que bons; eis porque nela vemos tanta perversidade. Façamos, pois, todos os esforços para não regressar a este mundo após esta passagem e para merecermos repousar num mundo melhor, num desses mundos privilegiados onde o bem reina inteiramente e onde nos lembraremos de nossa permanência neste planeta como de um tempo de exílio.

quinta-feira, 13 de novembro de 2014

PALESTRA PUBLICA PRÓXIMO SÁBADO 15/11/14 as 15:hrs:


Dirigente: Rodrigo
Tema: Livre Arbítrio (Q.843  à 850)
Expositor(a): Almir
Leitura Inicial: Caminho Verdade e Vida. 375 (Façamos nossa luz)
 

V – Livre Arbítrio

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      843. O homem tem livre-arbítrio nos seus atos?
      Pois que tem a liberdade de pensar, tem a de agir. Sem o livre-arbítrio o homem seria uma máquina.
      844. O homem goza do livre-arbítrio desde o nascimento?                    
     Ele tem a liberdade de agir, desde que lenha a vontade de o fazer. Nas primeiras fases da vida, u liberdade é quase nula; ela se desenvolve e muda de objeto com as faculdades. Estando os pensamentos da criança em relação com as necessidades da sua idade, ela aplica o seu livre-arbítrio às coisas que lhe são necessárias.
     845. As predisposições instintivas que o homem traz ao nascer não são um obstáculo ao exercício de seu livre-arbítrio?
     As predisposições instintivas são as do Espírito antes da sua encarnação; conforme for ele mais ou menos adiantado, elas podem impeli-lo a atos repreensíveis, no que ele será secundado por Espíritos que simpatizem com essas disposições; mas não há arrastamento irresistível, quando se tem a vontade de resistir. Lembrai-vos de que querer é poder. (Ver item 361.)
     846. O organismo não influi nos atos da vida? E se influi, não o faz com prejuízo do livre-arbítrio?
     — O Espírito é certamente, influenciado pela matéria, que pode entravar as suas manifestações. Eis porque, nos mundos em que os corpos são menos materiais do que na Terra, as faculdades se desenvolvem, com mais liberdade. Mas o instrumento não dá faculdades ao Espírito. De resto, é necessário distinguir neste caso as faculdades morais das faculdades intelectuais. Se um homem tem o instinto do assassínio, é seguramente o seu próprio Espírito que o possui e que lho transmite mas nunca os seus órgãos. Aquele que aniquila o seu pensamento para apenas se ocupar da matéria se faz semelhante ao bruto e ainda pior, porque não pensa mais em se precaver contra o mal. E nisso que ele se torna faltoso, pois assim age pela própria vontade. (Ver item 367 e seguintes, Influência do organismo.)
      847. A alteração das faculdades tira do homem o livre-arbítrio?
     Aquele cuja inteligência está perturbada por uma causa qualquer perde o domínio do seu pensamento e desde então não tem mais liberdade. Essa alteração é freqüentemente uma punição para o Espírito que, numa existência, pode ter sido vão e orgulhoso, fazendo mau uso de suas faculdades. Ele pode renascer no corpo de um idiota, como o déspota no corpo de um escravo e o mau rico no de um mendigo. Mas o Espírito sofre esse constrangimento, do qual tem perfeita consciência: é nisso que está a ação da matéria. (Ver item 371 e seguintes.)
      848, A alteração das faculdades intelectuais pela embriaguez desculpa os atos repreensíveis?
      Não, pois o ébrio voluntariamente se priva da razão para satisfazer paixões brutais: em lugar de uma falta, comete duas.
       849. Qual é, no homem em estado selvagem, a faculdade dominante: o instinto ou o livre-arbítrio?
      O instinto, o que não o impede de agir com inteira liberdade em  certas coisas. Mas, como a criança, ele aplica essa liberdade às suas necessidades e ela se desenvolve com a inteligência. Por conseguinte, tu, que és mais esclarecido que um selvagem, és também mais responsável que ele pelo que fazes.
      850. A posição social não é, às vezes, um obstáculo à inteira liberdade de ação?
      O mundo tem, sem duvida, as suas exigências. Deus é justo e tudo leva em conta, mas vos deixa a responsabilidade dos poucos esforços que fazeis para superar os obstáculos.
 

PALESTRA PÚBLICA PRÓXIMA SEXTA 14/11/2014 AS 20HRS:


Dirigente: Anderson
Tema: Liberdade de Pensar (Q.833  à 834)

           Liberdade de consciência (Q.835 à 842)
Expositor(a): Norma Berriel
Leitura Inicial: Caminho Verdade e Vida. 123 (A Videira).


III – Liberdade de Pensamento

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      833. Há no homem qualquer coisa que escape a todo o constrangimento,  e pela qual ele goze de uma liberdade absoluta?
      —É pelo pensamento que o homem goza de uma liberdade sem limites, porque o pensamento não conhece entraves. Pode-se impedir a sua manifestação, mas não aniquilá-lo.
      834. O homem é responsável pelo seu pensamento?
      —É responsável perante Deus. Só Deus, podendo conhecê-lo, condena-o ou absolve-o, segundo a sua justiça.


IV – Liberdade de Consciência


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      835. A liberdade de consciência é uma conseqüência da liberdade de pensar?
      —A consciência é um pensamento íntimo, que pertence ao homem como todos os outros pensamentos.
      836. O homem tem o direito de pôr entraves à liberdade de consciência?
     Não mais do que à liberdade de pensar, porque somente a Deus pertence o direito de julgar a consciência. Se o homem regula, pelas suas leis, a relação de homem para homem, Deus, por suas leis naturais, regula as relações do homem com Deus.
     837. Qual é o resultado dos entraves à liberdade de consciência?
     — Constranger os homens a agir de maneira diversa ao seu modo de pensar, o que é torná-los hipócritas. A liberdade de consciência é uma das características da verdadeira civilização e do progresso.
        838. Toda crença é respeitável, ainda mesmo quando notoriamente falsa?
        Toda crença é respeitável quando é sincera e conduz à prática do bem. As crenças reprováveis são as que conduzem ao mal.
       839. Somos repreensíveis por escandalizar em sua crença aquele que não pensa como nós?
       Isso é faltar com a caridade e atentar contra a liberdade de pensamento.
       840. Será atentar contra a liberdade da consciência opor entraves às crenças que podem perturbar a sociedade?
       Podem reprimir-se os atos, mas a crença íntima é inacessível
Comentário de Kardec: Reprimir os atos externos de uma crença, quando esses atos acarretam qualquer prejuízo aos outros, não é atentar contra a liberdade de consciência porque essa repressão deixa à crença sua Inteira liberdade.
       841. Devemos, por respeito à liberdade de consciência, deixar que se propaguem as doutrinas perniciosas ou podemos, sem atentar contra essa  liberdade, procurar conduzir para o caminho da verdade os que se desviaram  para falsos princípios?
       Certamente se pode e mesmo se deve; mas ensinai, a exemplo de Jesus, pela doçura e persuasão e não pela força, porque seria pior que a crença daquele a quem desejásseis convencer. Se há alguma coisa que possa ser imposta é o bem e a fraternidade, mas não acreditamos que o meio de fazê-lo seja a violência: a convicção não se impõe.
      842. Como todas as doutrinas têm a pretensão de ser única expressão da verdade, por que sinais podemos reconhecer a que tem o direito de se apresentar como tal?
      Essa será a que produza mais homens de bem e menos hipócritas quer dizer, que pratiquem a lei de amor e caridade na sua maior pureza e na sua aplicação mais ampla. Por esse sinal reconhecereis que uma doutrina é boa, pois toda doutrina que tiver por conseqüência semear a desunião e estabelecer divisões entre os filhos de Deus só pode ser falsa e perniciosa.